Fundada em 1975 por Bill Gates (que 2 anos depois deixaria Harvard) e Paul Allen (que havia deixado a universidade de Washington), dois amigos de escola, a Microsoft (fusão das palavras Microcomputer e Software) revolucionaria o mundo da computação. Com a ideia em comum de sobreviver no recente mundo da programação, trabalhando cada qual em seu computador e em sua casa os dois nem sonhavam em fabricar microcomputadores ou qualquer produto que não fosse um software interpretador em linguagem Basic para o Altair 8800 (lançado em 1974), considerado por muitos, o primeiro computador pessoal da história.
O jovem Bill Gates observando Paul Allen programar
A empresa de Bill Gates e Paul Allen parecia estar no caminho certo desde sua fundação, já que não demorou muito para os criadores começarem a colher os frutos da iniciativa. No final do ano de 1976 a empresa fechou com o balanço de incríveis $16,005 dólares de receita para a época; no mesmo ano o nome “Microsoft” já seria registrado oficialmente como uma marca.
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O sucesso repentino foi tão grande que em 1978 a Microsoft abriu seu primeiro escritório internacional, no Japão. O acordo entre Bill Gates e Kazuhiko Nishi visava a criar o primeiro escritório de vendas da Microsoft fora dos Estados Unidos, o ASCII Microsoft. A parceria duraria até 1986. O ano de 1978 foi marcante para a empresa por outro motivo – muito – especial: As vendas, já naquele ano, com pouco mais de 2 anso de atividade, a marca fecharia o ano fiscal com mais de 1 milhão de dólares em vendas no ano.
Paralelamente a isso, nos Estados Unidos, a companhia crescia, mudava-se para uma nova sede e um novo time de programadores era escalados; em 1978 a Microsoft já contava com 13 deles. Na foto abaixo, 11 programadores estão presentes. Essa imagem seria descrita por Bill Gates em 2009, com as seguintes palavras: “Esta famosa imagem dá uma prova indiscutível de que aqueles geeks dos computadores dos anos 70 não estavam, exatamente, na vanguarda da moda”.
Os primeiros produtos da Microsoft girariam exclusivamente em softwares e em diferentes variantes do Basic, que se tornaria a principal linguagem de programação do final dos anos 1970 e início de 1980. Computadores domésticos como, por exemplo, o Apple II (Applesoft Basic) e Commodore o 64 (Commodore Basic) utilizavam linguagem Basic.
O primeiro produto de hardware a ser lançado por eles seria o Z-80 SoftCard que permitiria ao Apple II, por exemplo, executar um sistema controlador para um microcomputador. O SoftCard foi demonstrado pela primeira vez ao público no West Coast Computer Faire em março de 1980 tornando-se um imediato sucesso: 5.000 cartões vendidos nos três primeiros meses, um número expressivo dado o restrito mercado de microcomputadores no momento. Cada um custava exatos 349 dólares.
Nesta época Bill Gates convenceria Steve Jobs a participar do projeto do novo computador da Apple. Gates usaria sua estada na empresa da maçã para – segundo alguns – copiar a interface gráfica do Macintosh e comercializar uma versão similar no Japão, através da ASCII Microsoft. Ao descobrir isso, Jobs quebrou a aliança entre as duas empresas, mas como veremos mais a frente, esta não seria a última parceria entre as duas.
O primeiro sistema operacional, ramo que consolidaria a empresa, seria lançado publicamente como uma variante do Unix em 1980. Adquirido da AT & T através de uma licença de distribuição, este SO foi adaptado para várias plataformas, tornando-se, inclusive, o projeto base para a primeira versão do processador de texto da Microsoft, o Microsoft Word.
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Paul Allen e Bill Gates no início da Microsoft
A década de 80 começaria bem para a Microsoft com a contratação de Steve Ballmer, um ex colega de Jobs em Harvard, que seria um dos mais importantes nomes da companhia e que no futuro ocuparia o cargo de CEO por mais de 15 anos.
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O grande sucesso da empresa viria nesta época, após um acordo com a Internacional Business Machine – IBM -, em 1980. Neste ano, a empresa de microcomputadores procurava avidamente por um sistema operacional para seu novo computador e a empresa que venderia o SO seria a crescente Microsoft, que despontava no mercado da programação. Porém, a dupla Gates e Allen tinham um “pequeno” problema: O sistema que eles estavam desenvolvendo ainda não estava completo. A solução foi, correr contra o tempo, comprar o Q-DOS, desenvolvido pela Seattle Computer Products por 50 mil dólares, melhorá-lo e transformá-lo em Ms-Dos, o primeiro sistema operacional em disco da Microsoft.
Embora o contrato tenha alcançado uma vultuosa quantia em dinheiro, com uma grande companhia, como a IBM, a interface de comando de texto do Ms-Dos — similar àquela utilizada pelo Unix — não conseguiu chamar a atenção mais do que seu principal concorrente naquele cenário: o Apple Lisa de Steve jobs. O computador da concorrente possuía interface gráfica e mouse roubadas, inspiradas nos projetos de outra empresa, a Xerox. Leia mais sobre este episódio da Apple no nosso especial sobre a história da marca, clicando aqui.
Neste momento da história podemos ver a genialidade de Bill Gates e Paul Allen: eles colocaram uma cláusula no contrato com a IBM que estipulava que todos os computadores da marca usariam o programa Ms-Dos. Com a popularidade das máquinas da IBM o SO da Microsoft tornar-se-ia o padrão na indústria de computadores pessoais, sendo substituído posteriormente pelo Windows, e gerando um monopólio sobre o mercado de sistemas operacionais que a Microsoft nunca mais perderia.
Em 1982 a empresa, começaria a desenvolver aplicações para o Macintosh da Apple, lançaria o Cobol e a planilha eletrônica Multiplan. O próprio Word seria lançado em 1983 e distribuído encartado nas revistas PC World.
Ms-Dos 1.0 rodando o Word
Bom, agora a Microsoft havia resolvido boa parte dos problemas dos programadores ao inserir o Ms-Dos e largava com tudo para ser a maior empresa de tecnologia do mundo, mas, no entanto, mexer em um computador ainda era muito difícil, o usuário precisava saber códigos, atalhos, utilizar as barras, etc. Precisávamos de algo mais fácil e intuitivo, e assim, em 1983, a companhia prometeu ao mundo entregar em breve o Microsoft Windows 1.0, totalmente baseado em um sistema de janelas (também inspirado pela Xerox, assim como Lisa da Apple) e de fácil manuseio.
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Então, cumprindo a promessa, em 20 de novembro de 1985, dois anos após o anúncio inicial, a Microsoft começaria a vender oficialmente o Windows 1.0. Com o novo sistema viria também o mouse, a possibilidade do uso de mais de um programa ao mesmo tempo (recurso multitarefa), a interface colorida, os ícones, alguns aplicativos, como o jogo reversi, o bloco de notas, calculadora, relógio, barras de rolagem, menus suspensos, calendário, Windows Writer, arquivo de cartões, Paint, e outros. Agora, com este sistema operacional instalado em sua máquina, ao invés de digitar os comandos do MS-DOS, bastaria ao usuário mover o mouse para apontar e depois clicar nas telas ou janelas além de não precisar mais sair e reiniciar um programa cada vez que quisesse usar o mesmo. Bill Gates afirmou na época que o Windows 1.0 “é um software único, projetado para aqueles que realmente usam computador”.
Embora a última correção do SO tenha saído em 1987 (Windows 1.04) a Microsoft só o declarou obsoleto e sem assistência no dia 31 de dezembro de 2001. Foram mais de 16 anos de “atividade”. De 1985 a 1987 o sistema operacional venderia mais de 500 mil unidades ao preço de U$$ 99 dólares cada. Abaixo, confira o inusitado vídeo comercial do software com a atuação de Steve Balmer.
Curiosidade: Se você observar, no final do vídeo Balmer fala: “Except in Nebraska” (traduzindo: Exceto no Nebraska – estado americano). Muitos acharam, na época – ou acham até hoje – que o SO não seria vendido naquele estado americano, no entanto era só uma piada. A brincadeira remonta à Guerra Fria, quando as linhas telefônicas americanas eram monopólio da companhia americana Bell, e existiam em quantidade limitada…. exceto no Nebraska, onde o Comando Estratégico Aéreo Americano tinha insistido em instalar milhares delas para o caso de uma guerra nuclear. Acabou a guerra e as (muitas) linhas sobraram, essa foi a saída para empresas que precisavam delas para seus call centers, que foram instalados no estado. No entanto, por uma lei do Nebraska, as empresas tinham que ter linhas direta para quem telefonava do estado e outra para quem ligava do restante do país, e mais: elas tinham que anunciar em suas propagandas, por isto a famosa frase: Except in Nebraska.
Com a alta vendagem do Windows a Microsoft foi contratada mais uma vez pela IBM, agora para criar um novo sistema operacional para os computadores da marca, o OS/2, que seria lançado no final de 1987. Em meio a tudo isso a empresa mudou novamente de endereço, desta vez para Redmond no estado americano de Washington, e de lá nunca mais saiu.
Em 1986 a Microsoft daria um novo passo que mudaria sua história: Ela abriria seu capital através de uma IPO, passaria a ser uma empresa de capital aberto, vendendo suas ações na bolsa. Naquela ocasião a empresa captou 61 milhões de dólares através do valor individual de U$$ 21 dólares por cada papel. Com esta oferta de ações e valorização do valor de mercado da marca surgiram 3 bilionários, e, cerca de 12 mil funcionários da Microsoft tornaram-se milionários da noite para o dia.
Se você tivesse o insight de comprar 100 ações na época, gastando aproximadamente U$$2.100 dólares e vendesse em 1999, quando as ações da Microsoft chegaram ao seu auge, você receberia 1 milhão e 400 mil dólares, um ganho de aproximadamente 66.666%………
O fim dos anos 80 foram anos dourados para a empresa. Em 1988 eles lançariam o Microsoft Works, uma suíte de aplicativos que integrava um editor de texto, uma planilha eletrônica e um sistema de controle de banco de dados, além de outras ferramentas de escritório. O pacote foi lançado para Windows, Apple Macintosh e Ms-Dos. Sim, você está certo, ele foi um embrião do Microsoft Office, aliás, o Microsoft Works durou até 2007, sendo uma versão mais leve do famoso MO. Após ser descontinuado, a empresa adaptou-o e transformou-o no Microsoft Office Starter Edition. Outra curiosidade: O Works foi o 1º Cd-Rom da marca.
Microsoft Works executando uma planilha
O “concorrente” do Works, o famoso Microsoft Office, contava com Word, Excel e PowerPoint quando foi lançado no ano seguinte, em 1989. Para diferenciar-se de seu “irmão”, o Office focava (e faz isso até hoje) em aplicações que miram no ganho de produtividade. Lembramos que o Excel já havia sido previamente lançado em 1985 (apenas para Mac) e o Word em 1983. O PowerPoint fora criado por programadores autônomos e foi comprado no ano do lançamento pela MS pela quantia de 14 milhões de dólares.
E quando falamos há alguns parágrafos acima que o final dos anos 80 tinha sido uma época especial para a Microsoft, era, também, pelo seguinte fato: Windows 2.0 seria lançado em 1987. Não perca as contas: Em 1987 eles lançariam o OS/2 para a IBM e o Windows 2.0; em 1988 lançariam o Microsoft Works e em 1989 o Microsoft Office. Ah, e esquecemos de contar um detalhe: em 1988 ela alcançou o posto de maior empresa de softwares do mundo em termos de venda.
O novo sistema operacional, de 16 bits, possuía poucas inovações em termos de interface se comparado ao seu antecessor. Com a nova versão os gráficos obtiveram um ganho considerável, além de mais recursos e ferramentas. No Windows 2.0 foram incluídos programas como Word e Excel, além de atalhos no teclado, a sobreposição e controle das janelas abertas, as opções “maximizar” e “minimizar” e gráficos VGA, por exemplo. Esta versão foi a primeira do Windows em que os programadores escreveram programas baseados e voltados diretamente para o SO.
A versão foi marcada pelo primeiro processo judicial envolvendo Apple e Microsoft. Nesta oportunidade a empresa da Maçã acusaria a Microsoft e a HP de quebrar nada mais, nada menos do que 189 copyright’s, perdendo em todas, com exceção de 10, que o juiz considerou como não sendo produtos protegidos e portanto nem julgou.
No finalzinho dos anos 80 a MS começaria em uma empreitada audaciosa: Criar um sistema operacional do zero, mas falaremos mais dele à frente.
Em 1990 foi lançado o Windows 3.0 que venderia 100 mil cópias em apenas 2 semanas e mais de 10 milhões no final dos primeiros 2 anos de lançamento, tornando o Windows o sistema operacional mais usado no mundo. Ainda disponibilizada nos antigos disquetes, esta versão foi a primeira a se parecer com o conceito que temos hoje em dia de Windows e até mesmo do próprio computador. Foi nesta versão que surgiram o famoso gerenciador de programas, o gerenciador de arquivos, o modo de segurança e o gerenciador de impressão. Para rodar o sistema a máquina do usuário precisava ter no mínimo 384 kb de memória e 6 mb de HD. Este Windows ainda sairia na versão 3.1 Workgroups com as inovações acerca das conexões de rede, como conexão ponto a ponto e compartilhamento de impressoras.
Você precisa ver: 37 Fatos e curiosidades sobre Bill Gates
Esta versão contava com uma melhoria gritante em termos de gráficos e interface. Seus ícones foram aperfeiçoados e o sistema agora contava com 16 cores. Data desta época o famoso computador “386” que aposto que você já ouviu falar. Este número vem do processador Intel 386 o qual o Windows 3.0 era totalmente compatível, gerando uma maior velocidade na execução dos programas. Juntos os 2 alavancaram o nome e o sucesso um do outro.
Um dos slogans do produto era que “agora você pode usar a incrível capacidade do Windows 3.0 para relaxar no trabalho.” Esta versão vinha com os jogos Espadas, Paciência e Campo Minado =D
Bom, mas se o terreno de sistemas operacionais já era dominado completamente pela MS, o campo dos softwares e aplicações ainda não era, mas isso era só uma questão de tempo. Com a alta vendagem e lucro do Windows 3 a marca começou a divulgar cada vez mais seu pacote Office, assim como teve aporte financeiro para criar campanhas, promos, etc. Os principais concorrentes do segmento, o WordPerfect e o Lotus 1-2-3 não conseguiram resistir por muito tempo e em breve a MS teria mais um monopólio no segmento da tecnologia, a produção de softwares empresariais.
Em 1992 chegaria ao mercado o Microsoft Acess, seu popular software para banco de dados, tão conhecido dos programadores. Com ele é possível criar rapidamente aplicações que envolvam tanto a modelagem e estrutura de dados como a interface que será utilizada pelos usuários. Hoje o programa pode ser comprado separadamente ou incluso no Office.
No ano seguinte a Microsoft ganharia o prêmio de empresa mais inovadora nos Estados Unidos, distribuído pela Fortune Magazine. Neste ano também teve fim aquela disputa judicial de 5 anos de duração movida pela Apple contra a empresa soa a acusação de roubo de sua interface gráfica. A Apple apelaria e em 1994 perderia novamente, por fim, recorreria à Suprema Corte e obteria o mesmo resultado.
Também em 1993 a Microsoft deu mais um passo em sua estratégia de domínio de mercado: Ela lançou a Microsoft Encarta, a primeira enciclopédia feita para rodar em um computador. Era a primeira vez que o papel seria substituído. 15 anos depois, em 2008, a Encarta teria mais de 62 mil artigos, entre vídeos, clipes, textos, fotos, ilustrações, conteúdos interativos, mapas, etc. O projeto foi o primeiro produto da linha “Microsoft Home” uma linha que era antagônica ao Microsoft Office, e trazia softwares para o entretenimento caseiro, como o Microsoft Cinemania, Microsoft Complete NBA Basketball, Microsoft Oceans, Microsoft Dinosaurs, Microsoft Dogs, e muitos outros.
Ainda em 1993, a Microsoft teria fôlego para alcançar um importante e audacioso marco: a conclusão de um projeto que fora iniciado no final da década de 1980 (lembra dele?) de construir um novo e avançado sistema operacional a partir do zero e desta forma, não fora baseado no Ms-Dos, como seus outros “irmãos” da família Microsoft. Segundo Bill gates no lançamento do software, “O Windows NT representa nada menos do que uma mudança fundamental na forma como as empresas podem cuidar de suas necessidades de computação comercial”.
Diferente do Windows 3.1, a versão do Windows 3 vigente na época, o Windows NT (New Technology) era um sistema operacional de 32 bits, focada em ser uma plataforma de negócios estratégica com suporte para os mais avançados programas técnicos e científicos, além disso, esta versão poderia ser utilizada como um servidor de arquivos.
Em 2000, a Microsoft mudaria o nome de Windows NT 5.0 para Windows 2000, em 2001 a versão Workstation passaria a ser o Windows XP Professional, enquanto a versão para servidores seria lançada em 2003 como Windows Server 2003. mas não se preocupe, veremos isso com mais detalhes, logo mais.
Ainda em 1993, a Microsoft teria fôlego para alcançar um importante e audacioso marco: a conclusão de um projeto que fora iniciado no final da década de 1980 (lembra dele?) de construir um novo e avançado sistema operacional a partir do zero e desta forma, não fora baseado no Ms-Dos, como seus outros “irmãos” da família Microsoft. Segundo Bill gates no lançamento do software, “O Windows NT representa nada menos do que uma mudança fundamental na forma como as empresas podem cuidar de suas necessidades de computação comercial”.
Diferente do Windows 3.1, a versão do Windows 3 vigente na época, o Windows NT (New Technology) era um sistema operacional de 32 bits, focada em ser uma plataforma de negócios estratégica com suporte para os mais avançados programas técnicos e científicos, além disso, esta versão poderia ser utilizada como um servidor de arquivos. Em 2000, a Microsoft mudaria o nome de Windows NT 5.0 para Windows 2000, em 2001 a versão Workstation passaria a ser o Windows XP Professional, enquanto a versão para servidores seria lançada em 2003 como Windows Server 2003. mas não se preocupe, veremos isso com mais detalhes, logo mais.
Em 1994 um realinhamento de visão, pois a empresa estava se achando muito “técnica” e que precisava se aproximar do público “comum”. Como medida fez uma gigantesca campanha publicitária nos Estados Unidos. Na ocasião foram investidos mais de 100 milhões de dólares. O famoso slogan “Where do you want to go today?” foi inserido nessa época e popularizou-se com os lançamentos dos sistemas operacionais que viriam a seguir. Em tradução livre o slogan significava “Onde você quer ir hoje?” e representava a praticidade e a ausência de limites em que o sistema poderia leva-lo.
Outra estratégia direcionada a atrair os consumidores foi o Microsoft Bob, um assistente pessoal que ensinava o usuário a mexer no Windows e no computador de um modo geral, lançado em 1995. O Bob, no entanto, foi um fracasso, sendo descontinuado no ano seguinte devido às baixas vendagens. O software simulava uma casa, com quartos e objetos variados no qual cada um correspondia a uma aplicação diferente do computador. Por exemplo: dentro da sala tinha uma mesa com uma caneta e um papel; ao clicar na caneta, o Rover – um cachorro que funcionava como guia – levava o usuário até o editor de texto. Alguns críticos consideram o Bob como o maior fracasso da história da Microsoft.
Ainda neste ano a Microsoft lançaria um marco na história dos sistemas operacionais, o Windows 95, mas essa história fica para nosso próximo post. Para rever a parte 1 clique aqui, e para ver todas as nossas histórias digitais.
Em 1995 a Microsoft revolucionaria novamente o modo como usaríamos o pc através de um novo sistema operacional, o Windows 95. O impacto causado por esta nova versão foi tão grande que foram vendidas mais de 1 milhão de cópias em apenas 4 dias após o lançamento, 7 milhões em 5 semanas, e, mais de 40 milhões no primeiro ano. Foi nesta versão que a Microsoft nos apresentou o indispensável botão “iniciar”, pense: como você faria para usar seu Windows sem este botão? Difícil, hein?
Uma curiosidade que poucos sabem é que a versão original do Windows 95 era vendida sem navegador, pois até aquela época o boom da internet ainda não havia acontecido, pelo menos não na visão da Microsoft. Vendo o erro que havia cometido ao estourar o acesso à rede mundial, a empresa correu para comprar um navegador da americana Spyglass, pioneira na criação de navegadores. Já sabe qual foi o software comprado? Isto mesmo, ele ficaria conhecido como Internet Explorer 1.0 e foi distribuído nas versões seguintes do Windows 95 e por add-on. Quase 10 anos depois, em 2003, o Internet Explorer seria o navegador de mais de 94% dos computadores do mundo.
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Aqui há talvez uma má-fé da empresa de Bill Gates, um mal entendido ou qualquer outra palavra que se encaixe na situação. O que ocorreu, de fato, foi que, segundo o acordo firmado entre as empresas, a desenvolvedora do navegador, a Spyglass, receberia da Microsoft uma porcentagem de venda de cada cópia do Internet Explorer; este seria o pagamento, este era o trato. No entanto, a Microsoft passou a distribuir o programa de graça juntamente com o sistema operacional o que rendeu exatos U$$ 0 dólares de venda e absolutamente nada de repasse à desenvolvedora. Você achou isso correto? Nem eles, pois foi aí que a empresa lesada resolveu processar a gigante da computação. O resultado? A Microsoft teve de pagar U$$ 8 milhões de dólares como indenização.
Voltando ao Windows 95, que por pouco não se chamou Windows 4.0; além do botão Iniciar, outras inovações vieram, por exemplo: a revolucionária arquitetura em 32 bits (era 16, no seu predecessor, o Windows 3.0), melhorias notáveis na interface gráfica, a facilidade dos componentes “plug and play”, botões de maximizar, minimizar e fechar em cada janela, barra de ferramentas, etc. Confira (e tente não rir) o que se falou sobre o “super sistema” aqui no Brasil na ocasião de seu lançamento.
Você precisa ver: China pode lançar o seu próprio sistema operacional
O software foi tão bem recebido que o governo chinês escolheu o Windows para ser o sistema padrão do país e firmou um contrato com a companhia para o desenvolvimento de uma versão chinesa do SO. Hoje em dia a China cerceia o acesso à internet, outros tempos, hein? Mas continuando:
Lembra que dissemos acima que a versão vendeu 40 milhões de unidades em 1 ano? Boa parte dessa vendagem foi em decorrência das, também (assim como o sistema), incríveis campanhas de marketing da Microsoft. Abaixo veja uma delas, onde é utilizada a música “Start Me Up”, dos Rolling Stones, fazendo referência ao botão iniciar (“Start”, em inglês).
Mas a campanha publicitária de mais de 300 milhões de dólares não pararia por aí. A Microsoft ainda pagaria às estrelas do seriado Friends – que estava em seu auge – Jennifer Anniston e Matthew Perry para fazer um “cyber sitcom”, no qual eles apresentavam as funções do novo sistema. Confira logo abaixo.
Ainda em 1995 Bill Gates enviaria um memorando aos executivos da Microsoft intitulado “Internet Tidal Wave” (Maremoto da Internet). Nela, ele previa o impacto que a recente tecnologia teria no mundo e no mercado da tecnologia, colocando ela e consequentemente o desenvolvimento de produtos que possibilitassem a computação em rede e na web em primeiro lugar nos laboratórios da Microsoft. Ele falaria também sobre o nascimento de um “rival”, o Netscape e seu respectivo navegador. Umas das consequências disse realinhamento de visão resultou no lançamento (também em 1995) do MSN (Microsoft Network), para concorrer com o portal AOL.
A companhia ainda continuaria a buscar novos mercados e, entre eles, no ano seguinte, em 1996, firmaria uma parceria com o canal de televisão NBC para a criação de um canal a cabo 24 horas chamado MSNBC. O canal existe até hoje nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul, em alguns países da América do Sul e do norte da África. Entre outras iniciativas teria também uma revista digital, um canal de tv web e um sistema operacional para PDA (Personal Digital Assistant – em português, Assistente Pessoal Digital). O sistema, que foi chamado de Windows CE 1.0 rodava uma versão do Windows desenvolvida do zero e projetada especialmente para rodar em dispositivos com baixa memória e de baixo desempenho como os palm tops da época.
Com a “revisão” das políticas e adaptações ao mercado da www, antigos produtos receberam novas versões: O Microsoft SQL Server recebeu sua versão 6.5 com suporte para aplicações nativas de internet, veio o Windows NT 4.0, o Office 97 (esta foi a primeira vez em que apareceu o Outlook Express, famoso programa para gerenciamento de contatos, tarefas, e-mail, agenda etc. e o Microsoft Frontpage – ferramenta para criação de páginas web), Windows CE 2.0, e o Internet Explorer 4.0 que marcou a virada sobre o principal concorrente no campo dos navegadores, o já citado, Netscape. Nesta ocasião a Apple e a Microsoft fecharam um acordo que beneficiaria ainda mais o Internet Explorer, neste, ficou firmado que todos os computadores da empresa da Maçã sairiam de fábrica com o navegador da Microsoft.
Você precisa ver: A História da Apple (parte 3)
Achou inusitado este acordo após a Apple ter processado a Microsoft? Então veja só essa: O acordo teve outras medidas, e, em uma delas, envolvia “apenas” 150 milhões de dólares. O negócio foi feito em uma fase delicada da Apple, onde ela flertou com a falência, no entanto, não pense que Bill Gates queria salvar a rival, muito pelo contrário, ele queria obter vantagem através disso, como em todo e qualquer acordo de negócios. Como parte do acordo, a MS comprou 150 milhões de dólares em ações sem direito de voto da Apple e com isso os direitos para desenvolver uma versão do pacote Office para o sistema operacional da maçã, além, claro, de enfiar o IE em todos os macs. Este era um dos últimos espaços que a Microsoft ainda não dominava. E mais, como veremos adiante, neste mesmo ano a Microsoft começaria a enfrentar um processo judicial que a acusaria de monopólio, e para Bill Gates provar que não se tratava de monopólio, precisava de um concorrente, e esse concorrente era a Apple, que, portanto, não poderia quebrar de jeito nenhum. Jogada de mestre.
Agradeça ao Bill gates pelo seu iPad, iPhone, iPod, etc. Se ele não salvasse a Apple, provavelmente eles não existiriam.
Legal esse monopólio da Microsoft, hein? Bom, apenas para Bill Gates e seus acionistas, pois o pessoal dos tribunais americanos não estava muito contente com esta situação. Em 1998 o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e mais 20 estados americanos entraram com uma ação contra a Microsoft por monopólio e práticas anticompetitivas de mercado, baseados na lei “Ato de Sherman”. Segundo a acusação, a Microsoft detinha o controle sobre os mercados de sistemas operacionais e de browsers, impossiblitando a disputa justa das marcas menores. E mais, o ponto central da discussão era se a empresa poderia disponibilizar seu Internet Explorer juntamente com o Windows, pois dessa forma, os concorrentes como o Netscape e o Opera não teriam as mínimas chances de competição. Duvida? então imagine: Baixar um navegador naquela época era extremamente lento, restava ao usuário a opção de comprar algum outro software em um meio físico (como um cd ou disquete), mas por que fazer isso se o IE era gratuito e já vinha com seu pc? Outras acusações menores como manipulação de códigos para privilegiar seus programas em detrimento de terceiros também foram alvo de julgamento.
A Microsoft afirmou em sua defesa que a fusão do Windows e do Internet Explorer foi o resultado de inovação e concorrência, e que os dois eram agora um mesmo produto, estando indissociavelmente ligados entre si e que os consumidores recebiam todos os benefícios do IE gratuitamente.
Após anos de julgamento, acusações e defesas, a justiça declarou que o domínio do mercado de computadores pessoais e sistemas operacionais baseados em x86 da Microsoft constituía um monopólio, e que a Microsoft tinha tomado medidas que visavam a esmagar possíveis concorrentes, incluindo a Apple, Java, Netscape, Lotus Notes, Real Networks, Linux e outros.
Você precisa ver: 37 Fatos e curiosidades sobre Bill Gates
Em 7 de junho de 2000, o tribunal ordenou a dissolução da Microsoft. Segundo essa decisão, a empresa teria de ser dividida em duas unidades separadas: uma para produzir o sistema operacional, e um para produzir outros componentes de software. Mas não seria dessa vez que a Microsoft perderia seu terreno: O juiz que havia julgado o caso cometera uma série de desvios de conduta proibidas a um magistrado durante um julgamento e por isso teve sua decisão anulada e seu afastamento imediato do caso.
O novo juiz concluiu ser o cenário não tão gravoso e propôs um acordo com a Microsoft para resolver o caso. Neste acordo a companhia deveria compartilhar seus códigos de aplicativos com empresas de terceiros e nomear um painel de três pessoas que teria acesso total aos sistemas da Microsoft, registros e código-fonte durante cinco anos. O litígio só teve fim em 30 de junho de 2004 após recursos e julgamentos, na ocasião o tribunal de apelações dos Estados Unidos aprovou, por unanimidade, o acordo com o Departamento de Justiça.
BIll Gates depondo nas audiências do processo
Vale ressaltar que a Microsoft já havia sido processada em 1993 por uma comissão europeia pelos mesmos motivos e seria processada no mínimo por mais 4 vezes na mesma comissão até os dias de hoje. Entre as penalidades aplicadas pelso europeus estão multas bilionárias, abertura dos códigos, exclusão de alguns programas em lançamentos em países europeus, royalties, entre outras sanções legais.
E assim vamos para 1998 e com ele o lançamento de mais um sistema operacional de extremo sucesso, mas por hoje é só, essa história fica para nossa próxima parte. Enquanto isso aproveita para reler a parte 1 aqui, a 2 aqui e todas nossas histórias digitais.
Em 1998 o ano começaria movimentado na empresa por causa da “dança das cadeiras” promovida por Bill Gates, que apontou Steve Ballmer como presidente da empresa, cargo em que ele ficaria por mais de 10 anos. Neste ano seria aberto também um braço da empresa na Índia, o segundo maior complexo da Microsoft perdendo somente para a sede americana.
No entanto, o ponto alto do ano para a companhia seria o lançamento do Windows 98, o novo sistema operacional e “a primeira versão do Windows projetada especificamente para os consumidores”, segundo a própria MS. A versão já vinha com o novíssimo Internet Explorer 4.0 e arquitetura híbrida 16/32 bits, além da barra de início rápido, opção para minimizar algo para segundo plano, abrir com 1 só clique, botões de navegação de “voltar” e “avançar”, barra de favoritos e endereço no IE, thumbnails, suporte para DVD, menus animados, customização de páginas, sequência Alt + Tab, etc. Estes recursos foram o suficiente para garantir o número de 530 mil cópias vendidas em apenas 4 dias.
Na virada do século a empresa lançou releases para suas principais linhas de produtos: Office 2000, Windows CE 3.0, Windows ME (também chamado de Windows Millenium) e o Windows 2000. Passando rapidinho por cada um:
Windows CE 3.0 -> Atualização para o sistema de plataformas móveis da Microsoft;
Windows Millenium -> Visando ao mercado de usuários domésticos, já incluía o IE 5.5, Windows Media Player 7.0, e a primeira aparição do Windows Movie Maker, software básico para edição de vídeos, além da primeira aparição da “Restauração do Sistema”. Esse Windows tornou-se muito popular no Brasil por causa da iniciativa do SBT, que vendeu milhares de computadores a baixo custo rodando este SO, lembra do Computador do Milhão? Este sistema operacional vendeu 200 mil cópias nos 3 primeiros dias, apenas nos EUA. Mesmo assim, o sistema teria vida curta, em menos de 1 ano ela seria sucedida pelo Windows XP.
Windows 2000 -> Destinado a ser ideal tanto para usuários domésticos, como para servidores, este sistema operacional veio para suceder o Windows NT 4.0 e foi lançado em 4 versões: Professional, Server, Advanced Server e Datacenter Server. Este sistema trouxe consigo diversas tecnologias assistivas e suporte para computação móvel, entre outras melhorias. Quando foi lançado, a Microsoft disse ser o SO mais seguro já lançado, o que atraiu diversos ataques de crackers e vírus. Entretanto, o SO recebeu atualizações até 2010, mesmo tendo sido, oficialmente, substituído, também, pelo Windows XP em 2001. Esta versão obteve um sucesso considerável, tendo vendido 1 milhão de cópias em menos de 1 mês.
Microsoft Office 2000 -> Primeiro programa da família Office a utilizar a tecnologia Windows Installer, essa versão continha os clássicos Word, Excel, PowerPoint, Outlook e demais programas em uma versão repaginada. Esta versão, no entanto, não obteve muito sucesso de vendas e de críticas.
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No ano seguinte a Microsoft lançaria, sem dúvidas, o maior de todos os seus sucessos: O Microsoft Windows XP, resultado de uma compilação de 45 milhões de linhas de código. Integrando funcionalidades voltadas tanto como trabalho, como para uso doméstico, esta versão trouxe uma versão atualizada do Kernel do Windows 2000, uma versão de DOS melhorada e logo se popularizou. O XP trouxe também uma nova interface gráfica, campo que o Windows não atualizava desde o Windows 95. Estre outras inovações deste SO está a odiada ativação de software original, interface muito mais intuitiva, maior suporte a hardware e diferentes tipos de formatos midiáticos, troca rápida de usuário, opção para área de trabalho remota, sistema de arquivos criptografados, recursos de rede e restauro do sistema avançados, suporte nativo a arquivos “zipados”, maior compatibilidade com games e acessórios, etc. Ahhh, e foi nesse Windows que conhecemos o melhor mensageiro instantâneo de todos os tempos, O Windows Messenger, nosso querido MSN.
O XP fez tanto sucesso que foi lançado em 3 versões específicas:
Windows XP 64-bits -> Primeiro sistema operacional da Microsoft para processadores desta arquitetura, desenvolvido para usuários que trabalham com grandes quantidades de memória e projetos “pesados” como efeitos especiais para filmes, animações 3D, engenharia, etc;
Windows XP Media Center -> Voltado para a computação e entretenimento doméstico, com ela você pode navegar pela Internet, assistir Tv ao vivo, ouvir músicas e assistir vídeos e DVDs;
O Windows XP Tablet PC -> Tem a missão de ser um SO para aqueles que visam a computação baseada em uma caneta digital, item utilizado nos Tablet’s PCs. Este sistema era focado para reconhecimento de manuscrito, porém, sendo possível também o uso de mouse e teclado.
O XP vendeu 300 mil cópias em 3 dias, somente nos EUA, no mundo inteiro vendeu 17 milhões em 2 meses, 400 milhões em 5 anos e no mínimo mais de 1 BILHÃO, até este ano. E segundo dados oficiais, quando o XP foi oficialmente desativado pela MS e deixou de ter suporte oficial (mais de 10 anos depois), em abril deste ano, cerca de 30% dos pc’s do mundo, rodavam esta plataforma, isto corresponde à cerca de 500 milhões de computadores utilizando o XP nesse exato momento, um número expressivo para um SO “velho”, concorda? Estes números se devem tanto pela beleza e facilidade desta versão, como pela dificuldade da Microsoft de emplacar as versões posteriores, como a “bugada” Windows Vista (falaremos sobre ela no próximo post).
Curiosidade: Você sabia que o clássico papel de parede do XP, aquele campo montanhoso verde com o céu azul, não tem NADA de edição de imagens? Ela foi tirada por Charles O’Rear, em 1996, em Los Carneros, região produtora de vinho em Sonoma County, Califórnia. Confira abaixo uma recreação da imagem, feita em 2006, 10 anos depois da foto original, com as vinhas tomando conta do campo.
E, abaixo, confira um mini-documentário feito pela Microsoft com o fotógrafo, no qual é explicada a história da foto mais visualizada de todos os tempos.
Junto com o novo sistema operacional veio também um novo pacote Office, o Office XP. Os softwares (que levavam o sufixo 2002 e não XP: Word 2002, Excel 2002, etc.) vieram com diversos novos recursos e melhorias, como o modo de segurança, Smart tags (que, através daquilo no que você faz e escreve comumente nos softwares, lhe dava sugestões, como de palavras escritas erradas, por exemplo), ativação do produto (esforço conjunto com o XP para combater a pirataria), reconhecimento de escrita à mão e reconhecimento de comandos por voz, área de transferência para até 24 itens, entre outras.
E como se o ano de 2001 não tivesse lançamentos de peso o suficiente (Windows XP, Office XP), ele ainda teria mais uma novidade: O primeiro videogame da marca, o Microsoft Xbox.
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Entrando no mercado para concorrer com as gigantes Sony e Nintendo, vendendo 24 milhões de unidades até ser descontinuado (em 2009), muito menos do que as 155 milhões do Playstation 2 (o console mais vendido da história), mas superiores as 21 milhões de unidades do Gamecube e as 10 milhões de unidades do esquecido Sega Dreamcast (console este que a MS contribuiu com seu Windows CE). Como diferencial, a Microsoft foi a primeira das companhias do mundo dos videogames a oferecer um serviço online de games de qualidade. O serviço chamado de Xbox Live surgiu em 2002 e permitia conexão através de um cabo ethernet. Hoje, a rede conta com 48 milhões de usuários ativos que pagam, ou não, recebendo serviço de acordo com sua categoria, e está disponível para gamers do Windows, Xbox e Windows Phone.
O sistema vinha ainda com um potente leitor de dvd, som surround 5.1 e capacidade gráfica, no mínimo, 3 vezes superior aos seus concorrentes, isto o levou a serem vendidas 1,5 milhões de unidades somente nos primeiros 15 meses, tornando-o um dos consoles mais populares do mundo.
Curiosidade: Os detalhes em verde não foram propositais, o que ocorreu é que no momento em que o designer Horace Luke fazia os rascunhos, a caneta verde era a única caneta fluorescente que ele tinha à mão. Após,o rascunho ter sido finalizado, todos gostaram do resultado e da combinação de cores. Pronto, ficou!
Ainda em 2002 a MS lançaria, juntamente com outros produtos (como o Microsoft Visual Studio) uma nova tecnologia chamada Microsoft.NET. Esse novo sistema chegou com a missão de ligar pessoas e máquinas através da Internet, tentando correr contra o tempo e competir com o Sun Java que já fazia isso e detinha o mercado. A iniciativa, no entanto, acabou gerando muita desconfiança entre especialistas do setor da tecnologia, que acusaram, mais uma vez, a companhia de Bill Gates de tentar ampliar seu monopólio para outros segmentos, como e-mail, compras on-line, bate-papos, etc.
Em 2005 a Microsoft faria mais um tiro certo ao apresentar a segunda geração do seu tão bem sucedido videogame, o Xbox 360, que acumulou mais de 84 milhões de unidades vendidas no mundo até hoje (tornando-o o 6º videogame mais vendido da história. Confira a lista completa clicando aqui), ficando a frente do seu concorrente direto, o Playstation3, da Sony, que vendeu pouco mais de 82 milhões, e perdendo apenas para o líder em vendas (mas não em qualidade gráfica e tecnologia) Nintendo Wii que vendeu mais de 101 milhões de unidades.
O Xbox 360 permite aos usuários jogar online, baixar jogos, demos, comprar e ouvir músicas, programas de Tv e filmes, além de acessar aplicativo de terceiros. Os controles desta versão também foram atualizados, aliás, eles receberam um ótimo update: Passaram a ser wireless. A máquina também aceita hd’s externos, facilitando o acúmulo de games no HD. Ahh, o Xbox 360 é facilmente desbloqueado, aceitando jogos piratas, sendo 1 dos 2 fatores que contribuíram em muito para a popularidade do console.
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O outro fator, com certeza você já deve ter ouvido falar e até quem sabe, teve a divertida experiência de brincar ou jogar ou malhar ou dançar ou qualquer outra atividade que ele possa simular, estamos falando é claro do Kinnect. Chamado anteriormente de “Natal”, referência à capital do Rio Grande do Norte, cidade onde nasceu o inventor do Kinnect, ele é hoje muito mais do que um aparelho para entretenimento, sendo usado em muitas outras funções mais “sérias” como fisioterapia para pessoas com algum tipo de lesão, treinamento de atividades e profissões que precisam de reflexos apurados, entre muitas outras. Lançado 4 anos depois dos precursores dos jogos com movimentos corporais (o Nintendo Wii) o kinnect conseguiu remodelar a experiência, levando-a a um novo patamar, explorando mais recursos e com mais fidefignidade. Vendeu até hoje cerca de 25 milhões de unidades, sendo 8 milhões só nos 2 primeiros meses (taxa maior que o iPhone e o iPad, no mesmo período pós-lançamento, por exemplo). Para saber como ele funciona, clique no link à direita. Abaixo uma pequena (e incrível) prévia.
Agora voltando ao mundo da internet e computação, com o passar do tempo novas gigantes surgiram no mundo na área, e a maior delas, sem dúvidas, o Google. A empresa de Sergey Brim e Larry Page começaram a faturar – e muito -, explorando mercados valiosíssimos como o de anúncios e de busca, até então, não interessantes às empresas. Frente a esse bilionário mercado, a Microsoft e demais empresas não puderam fechar os olhos e começaram a mirar neste target.
Sua aposta para este mercado foi o MSN Search, lançado em 2005, hoje renomeado, com melhorias, para Bing. No ano seguinte, em um esforço para aumentar ainda mais sua renda com marketing. Logo em seguida ela lançaria uma outra aposta, o CodePlex, uma plataforma colaborativa para hospedagem de projetos open source que conta com páginas wiki, painel de controle baseado em Mercurial e outras ferramentas.
Também em 2006 a empresa passaria por um “realinhamento de prioridades” conforme descreveu Bill Gates. Em 2 anos ele deixaria o posto de Arquiteto de Software Chefe após cerca de 30 anos. Gates, que até então tinha comandando cada projeto de perto, continuaria “apenas” como Chairman, Presidente do Conselho de Diretores e Conselheiro de Projetos Chave.
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Ainda em 2006 a empresa lançaria o Zune para tentar competir com o mercado gigantesco que a Apple explorava sozinha (leia mais a respeito clicando no link à direita). O primeiro modelo contava com um HD de 30 GB e permitia armazenar músicas, vídeos e imagens, além de contar com um sistema Wi-Fi para que diversos Zunes se conectassem e compartilhassem arquivos entre si (coisa que o iPod ainda não fazia). No entanto as “cláusulas” de compartilhamento não eram muito práticas. Por exemplo, se você copiasse a música do Zune de algum amigo, só poderia reproduzi-la 3 vezes em no máximo 3 dias. Por estas e outras o Zune não fez sucesso e foi integrado ao sistema do Xbox, como Xbox Music e Xbox Video, sendo então descontinuado.
Em 2007, após o ótimo lançamento do Xbox 360 e a mudança de ares de Biil Gates chegou ao mercado o Windows Vista, 6 anos após o último lançamento no ramo de sistemas operacionais da marca.
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O sistema teve 2 pontos primordiais a serem seguidos na hora do desenvolvimento, o primeiro era uma carência dos tempos do Windows XP, a vulnerabilidade a vírus, pragas, malwares, etc. Por este motivo o Vista era focado na segurança apresentando algumas ferramentas exclusivas, como o irritante UAC ou Controle de Contas de Usuário em português (CCU) que lhe perguntava se você tinha certeza para cada ação que ordenava ao Windows. No entanto outras ferramentas foram de grande valia, como a criptografia BitLocker, design novo para bordas, menus e barras de tarefas, novo botão iniciar, uma nova interface gráfica e visual chamada “Aero”, a função Windows Search, subsistemas de áudio, rede e vídeo repensados, funções como Windows DVD Maker, facilidade no compartilhamento de arquivos em redes domésticas através da tecnologia peer-to-peer (a mesma das redes torrents), entre outras. Com o sistema também veio a versão 3.0 do .NET, e se você é desenvolvedor, sabe que isso foi uma mão na roda.
Alcançando a marca de 20 milhões de unidades vendidas em 1 mês após o lançamento, o sistema não emplacou, segundo os usuários, porque o sistema era muito pesado e precisava de um computador muito potente para rodar o ambiente gráfico Aero, por exemplo. Por cauda disso o Windows Vista alcançou, em seu melhor momento, 19% das máquinas do mundo. O problema na verdade não foi tanto por culpa do próprio Windows Vista, mas sim de quem estava concorrendo com ele: O Windows XP, que nessa época, 2009, ainda tinha 63% do mercado, isso após 8 anos de seu lançamento!! Hoje o Windows Vista está instalado em míseros 3% dos computadores do mundo.
Bom, junto ao novo SO veio também o novo integrante da família Office, como já estava se tornando de praxe nos lançamentos da marca. Assim como o Vista, o Office 2007 também foi totalmente remodelado visualmente, incluindo o uso de abas e de um botão Office (semelhante ao botão Windows nos SO’s) ao invés dos antiquados menus e barras de ferramentas. A nova interface gráfica ficou conhecida como Interface Fluente. A suíte veio com novidades entre os aplicativos, como o Microsoft SharePoint, um programa desenhado especialmente para pequenos empresários. O pacote vendeu muito bem, estando presente em 81% das empresas pesquisadas em 2010.
No ano de 2007, para fechar com chave de ouro, a Microsoft assinou um contrato de 5 anos com a Viacom, uma companhia americana que atua no ramo de mídia massiva, atuando principalmente no ramo do cinema e da tv a cabo (sendo a 5ª maior do mundo no ramo). Com o acordo a Microsoft pôde usar vários produtos televisivos da empresa e ainda os seus estúdios para gravar materiais para o Xbox Live e para o MSN. Em contrapartida, a Viacom tornou-se o primeiro nome da MS para desenvolvimento de alguns jogos e distribuição através do MSN e Windows. Já a Atlas, divisão de marketing da Microsoft tornou-se a fornecedora exclusiva de publicidade não vendida para sites da Viacom. A Microsoft também comprou uma grande quantidade de publicidade em transmissões Viacom próprias e redes on-line, e colaborou em promoções e patrocínios para a MTV e BET (Black Entertainment Television), dois canais de Tv a cabo da Viacom.
Ainda na onda dos lançamentos de 2007 (Vista e Office 2007), sairia do forno no início de 2008 o novo Windows Server 2008, SQL Server e o Visual Studio 2008 no ramo dos produtos “secundários”. O que trouxe mais melhorias foi o primeiro aplicativo citado, escrito a partir do mesmo código do Vista e compartilhando boa parte da arquitetura e funcionalidades. As novidades e segurança também estão presentes, além de um firewall mais avançado, melhorias no kernel, memória e sistema de arquivos.
Por hoje ficamos por aqui pessoal. Mas que bom período para a Microsoft, hein? Até a próxima. Não esqueça de deixar sua opinião logo abaixo nos comentários.
Olá, lembram-se do bom período experimentado pela Microsoft no nosso último post? Se você não leu ainda, clique aqui. Continuando:
Seguindo a “remodelação” de mercado que a empresa havia começado com o Xbox, a empresa lançou, em 2008, sua loja virtual nos Eua, onde a partir de agora, seus usuários poderiam baixar tudo diretamente de um local, eliminando a mídia física, além de poder comprar videogames, acessórios, mouses, teclados, linguagens de programação, etc.
O ano de 2009 começou com mudanças significativas na MS. Pela primeira vez em muitos anos, a abertura do Consumer Electronics Show (CES) foi apresentada por Steve Ballmer, e não por Bill Gates, que se distanciava cada vez mais do posto de liderança da empresa e entrava cada vez mais no mundo da beneficência. Nesta ocasião foi apresentada a primeira versão beta do Windows 7.
A versão começou a ser comercializada em outubro de 2009, e embarcou na grande onda de venda de notebooks, que se tornaram, pela primeira vez, mais baratos que os desktops e os superaram em número de unidades vendidas. Esta versão do Windows foi avaliada por 8 milhões de testadores beta antes de seu lançamento, segundo a MS. Incluia novas maneiras de trabalhar com janelas, recursos de ajuste, espiada e tremulação, além de dar início ao Windows Touch, que permite aos usuários com tela sensível ao toque navegar pela Internet, ver fotos e abrir arquivos e pastas sem um mouse ou teclado.
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O Windows 7 vendeu em seus primeiros 6 meses, mais de 100 milhões de unidades, totalizando mais de 450 milhões de cópias comercializadas em menos de 2 anos. O Windows 7 é, até hoje, a versão mais vendida do sistema operacional.
2009 marcou a história da empresa por outros fatores. Foi o ano, por exemplo, em que, a loja virtual da MS saiu da web e foi para as ruas, literalmente. Assim como outras gigantes do mundo da tecnologia, a empresa de Bill Gates coloca em funcionamento a Microsoft Store, uma rede de lojas que já conta com mais de 110 unidades pelo mundo, sendo 103, apenas nos Estados Unidos.
Também em 2009 a empresa lançou o seu serviço de buscas para concorrer diretamente com o maior rival, o Google. A aposta da MS é o Bing, que até hoje ainda não decolou, sendo responsável por menos de 5% das buscas feitas na web, contra 88% do Google e 4,26% do Yahoo. Embora tenha rapidamente superado o tradicional Yahoo, a aposta, no entanto, ainda não deu certo, e o Bing dá, hoje, um prejuízo de cerca de US$ 200 milhões de dólares POR MÊS à empresa.
Em 2010 foi a vez companhia apostar no mercado da telefonia móvel, com 2 lançamentos. O primeiro deles foi um total fracasso, o Microsoft Kin, que durou incríveis 48 dias. Para piorar, o MS Kin foi o resultado – falho – de anos de desenvolvimento e bilhões de dólares investidos em pesquisa. Os números de vendas apontam entre 500 e 10.000 unidades vendidas. Uma verdadeira mancha na biografia da empresa.
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A segunda aposta do ano no mercado dos smartphones foi o lançamento do Windows Phone 7, um novo sistema operacional, desenvolvido especialmente para as plataformas móveis. Privilegiando conteúdos de mídia como música, games e fotos e trabalho, o sistema foi mais uma tentativa de bater de frente com o Google e seus Androids, e também com o iPhone da Apple.
Mas 2010 não é marcado só pelas plataformas móveis. Nesse ano a suíte de aplicativos para escritório mais famosa do mundo, o Office, ganhou uma nova versão, o Microsoft Office 2010, sucessor do Office 2007. Lançado no meio do ano, esta versão inaugurou dos web apps para o Office que são versões online de documentos e modelos de Word, Excel, PowerPoint e OneNote. Os softwares receberam também uma versão mobile para os smartphones que rodassem o recente sistema operacional Windows Phone 7. O sucesso do Office 2010 foi gigantesco, já que, cerca de 1 ano e meio após seu lançamento, no final de 2011, quase 200 milhões de licenças haviam sido comercializadas.
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No ano seguinte a empresa anunciou a compra do Skype por US$ 8.5 bilhões, aumentando assim sua oferta de comunicação em vídeo e voz em tempo real e sepultando o saudoso MSN, Microsoft Messenger. A ideia era que a MS integrasse os recém “adiquiridos” 663 milhões de usuários do Skype à rede Windows Live, Xbox Live, o gerenciador de e-mail Outlook, além de ser usado, também, no sistema operacional Windows Phone.
Em 2012 o mundo não acabou, e, aliás, foi um grande ano para a empresa, que apresentou seu novo logo, mostrando a reformulação pela qual estava passando e diversos produtos. Um deles foi o Windows Surface. A linha de tablets/ultrabooks entrou no mercado para competir de igual para igual com o iPad da Apple, dono inconteste do mercado de tablets. Embora seja lindo e tenha boas ideias, o Surface já deu, até hoje um prejuízo de mais de 1,5 bilhão de dólares aos cofres da MS. O motivo foi a primeira versão que chegou, ao que parece, apressadamente, sem os testes devidos e necessários. O primeiro Surface recebeu críticas muito duras, devido a sua péssima configuração de hardware, touch bugado, bateria com pouquíssima duração e claro, Windows RT. Para você ter noção do desastre do Surface 1, veja alguns dos fabricantes que romperam com o projeto: Dell, Lenovo, Asus, HTC, Samsung, Acer, Toshiba e HP. Todas elas cancelaram a parceria por causa das limitações do SO. Por causa dessas a MS aposentou o RT e trouxe o Windows 8 para os Surfaces. Agora sim, parece que o produto está ganhando o devido sucesso, do qual é merecedor.
Terminamos essa parte por aqui, na próxima e final, veremos o lançamento do Windows 8, compra da Nokia, etc. Então, não percam. Até lá.
E finalmente, depois de 6 posts, chegamos ao final a história da maior empresa de tecnologia do mundo, a Microsoft. Nestes 7 posts passamos por mais de 30 anos de história, vimos os altos e baixos, sucessos e fracassos, os sistemas operacionais que revolucionaram o mundo, produtos que viraram piada, e muito mais. Confira, hoje, nossa última parte da história da companhia de Bill Gates.
Terminamos o post anterior quando ainda estávamos em 2012, e será nesse mesmo ano que começaremos, com mais um grande lançamento da empresa naquele ano foi: O novo, e atual, sistema operacional, Windows 8. Talvez a maior reformulação da empresa no ramo dos SO, desde a introdução do sistema gráfico, o Windows 8 é um sistema operacional totalmente reinventado em relação aos anteriores, assim como fora o Windows XP em relação aos seus predecessores. Repensado desde o chipset até a experiência do usuário, esta versão apresenta nova barra de tarefas e área de trabalho totalmente nova (que conta com blocos que se conectam às pessoas, arquivos, aplicativos e sites), prontos para funcionar com recurso touch, mouse e teclado. Ele funciona ainda como tablet e como computador completo para trabalho.
Embora tenha igualado a marca do seu anterior em quesitos comerciais, vendendo nos 6 primeiros meses de lançamento, mais de 100 milhões de unidades, o Windows 8 não alcançou o pico de máquinas instaladas com a versão. Hoje, o Windows 8 e o 5º SO mais utilizado no mundo.
No ano seguinte seria disponibilizada ao público a versão 8.1 do Windows, um SO com bastantes mudanças mas que não chega a ser uma nova versão. O segredo do Windows 8.1, segundo a companhia, seria, que este, é um resultado da combinação da visão da Microsoft em termos de inovação com o feedback dos clientes sobre o Windows 8, oferecendo assim muitos aperfeiçoamentos e novos recursos: mais opções de personalização da tela Inicial que são sincronizadas em todos os dispositivos, a opção de inicializar diretamente na área de trabalho, a Pesquisa Inteligente Bing para que seja encontrado tanto no computador como na Internet o que você procura, um botão Iniciar para navegar entre a área de trabalho e a tela Inicial, além de opções mais flexíveis para exibir vários aplicativos ao mesmo tempo em uma ou em todas as telas. Há também vários novos aplicativos nativos, como o Bing Receitas e Bebidas e o Bing Saúde e Bem-estar, e ótimos utilitários, como Lista de Leitura, Calculadora e Alarmes. Os já conhecidos aplicativos do Windows 8 também estão de volta, e muito melhores.
Além dessas mudanças na experiência do usuário, o Windows 8.1 inclui recursos novos e aprimorados, como Workplace Join e Pastas de Trabalho, que permitem que os dispositivos Windows se conectem a recursos corporativos com mais facilidade. E um último recurso: Com essa versão usuários com vários monitores agora podem exibir até quatro aplicativos da Windows Store por tela em cada monitor conectado ao computador.
Também em 2012, a empresa inaugurou seu segundo centro de tecnologia na América Latina, sendo o primeiro deles no México Este está localizado no Brasil, na cidade de São Paulo, e possui laboratórios de soluções para indústrias e domicílios e equipamentos com capacidade de armazenar até 700 terabytes, além de contar com um datacenter com 360 processadores. Com esta iniciativa o Brasil passa a fazer parte de um seleto grupo que conta com outros 17 países, onde também existem os centros de tecnologia da Microsoft.
Ainda em 2012 foi lançada a nova versão do navegador Internet Explorar. O browser vinha para tentar combater um concorrente de peso – mais um do Google – o Chrome. Além disso, há anos o Firefox já vinha roubando mercado do IE. Para quem foi o navegador mais usado do mundo, chegando facilmente a mais de 90% do mercado, ocupar hoje, 19%, certamente é uma morte horrível. Mas as coisas melhorariam em outros segmentos, como veremos agora.
A decadência do IE em pouco mais de 5 anos, e a tendência é a queda cada vez mais acentuada.
Você precisa ver: Quais os consoles mais vendidos até hoje?
Em 2013 a empresa vendeu seu serviço de televisão via computador, o Mediaroom para a Ericsson, empresa sueca. O serviço, no entanto, é voltado para rodar em plataformas da MS, como Xbox, Windows Phone e os próprios sistemas operacionais. No mesmo ano, novas versões do Surface e Surface Pro foram lançadas, consertando o erro cometido no ano anterior, como vimos no último post, e embarcando o novo SO na máquina.
Este ano também se notabilizou pelo lançamento do Xbox One, a nova plataforma de games da empresa e sua aposta nos novos console da próxima geração. O console, que até o final de outubro do ano passado já tinha vendido mais de 10 milhões de unidades, apresenta resolução de 4K, saída de som de 7.1 canais, novo sistema de Kinect, o Kinect 2, arquitetura e gráficos melhorados e redesenhados, etc. No Brasil é o console mais vendido da nova geração, respondendo por mais de 80% das vendas, concorrendo com o Playstation 4 e o Nintendo Wii U.
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Ainda em mais uma jogada de peso da Microsoft é revelada ao público. Em setembro é anunciado o maior acordo já feito pela companhia. A partir desta data, Bill Gates e sua empresa se tornavam os novos donos da marca de smartphones Nokia, provando para quem ainda duvidada, que eles estão competindo forte neste segmento de mercado. O valor do negócio foi de 7.2 bilhões de dólares, sendo 5 bilhões pelos aparelhos e serviços da marca, e o restante pelas patentes da empresa finlandesa.
O negócio foi proveitoso para os 2 lados. Para a MS é uma maior aproximação com o mercado que há tanto tempo eles sondam. Já para a empresa de smartphones, é uma tentativa – que havia começado há mais de 2 anos com a adoção do sistema Windows Phone em seus aparelhos – de se readequar ao mercado e recuperar o espaço perdido para os concorrentes, como Apple, Samsung, entre outros. Resta lembrar que a empresa já foi a maior fabricante de celulares e smartphones do mundo, perdendo espaço ante a demora em modernizar seus aparelhos. Os aparelhos que por mais de 1 ano chamaram-se Nokia Lumia, desde o final de 2014 chama-se apenas Microsoft Lumia.
Mas se você acha que tudo isto já está de bom tamanho para apenas 1 ano, a Microsoft discorda. Precisamos falar ainda da última suíte de aplicativos para escritório, o MS Office 2013, lançado em janeiro daquele ano. Totalmente reformulado, com a interface Metro, para se adequar ao novo Windows 8, os principais aplicativos receberam novas e importantes funções, por exemplo, o Excel recebeu um novo recurso de filtragem de dados em um cronograma, já o Word recebeu o recurso de inserção de áudio e vídeo online. Pensado para trabalhar em diversas plataformas, a nova versão do Office foi formulada para ser compatível com tablets e sensível ao toque, além de funcionalidades de cloud e colaboração compartilhada. Você pode, por exemplo, começar no computador, continuar no portátil e terminar em outro dispositivo, através da sincronização no skydrive.
Logo no início de 2014 uma mudança necessária na direção da companhia. Sai o frio e “estranho” Steve Ballmer e entra Satya Nadella no cargo de CEO. Ballmer deixou o cargo – espontaneamente – após 14 anos e cedeu-o ao indiano que já tinha mais de 20 anos de MS. Segundo especialistas, a mudança era necessária para a renovação da empresa. Veja as primeiras palavras de Satya como CEO:
Na década passada, minha visão da Microsoft era de gigante estagnada, conservadora, lenta, que mexia num produto aqui e outro acolá, investia sempre nas mesmas áreas e focava esforços para se manter viva com o que já dava dinheiro — Windows, Office e Xbox. No último ano, o que vi foi uma empresa mais agressiva, no bom sentido da palavra, com vontade de arriscar em novos mercados, capacidade de inovar e tomar decisões complicadas.
Os 3 únicos CEO’s de toda a história da MS. Bill Gates, Satya Nadella e Steve Ballmer
Você precisa ver: O que é internet das coisas?
E não necessariamente tais inovações sejam somente positivas, logo nos primeiros meses o CEO teve que tomar medidas difíceis, como a maior demissão em massa da história da empresa: 18 mil pessoas perderam seus empregos, a maioria da recém comprada Nokia (como vimos no post anterior). A justificativa foi agilizar a tomada de decisões e integrar melhor as equipes, além de, é claro, cortar gastos. O próximo e ambicioso passo da Microsoft de Nadella será investir na internet das coisas, um mercado que deve movimentar alguns trilhões de dólares nos próximos anos. A ideia principal é correr lado a lado, brigando pela ponta dos mercados que despontarem, e não, correr atrás do prejuízo, como é, atualmente, no ramo dos smartphones, que a empresa não priorizou em um primeiro momento.
Você precisa ver: Windows 10: Conheça as principais novidades
Por fim, no final do ano passado, após já ter anunciado o Surface 3, a MS mostra o resultado da tal inovação: O Windows 10, o novo sistema operacional da empresa que está previsto para 2015. Sim, você não leu errado, pulamos do Windows 8 para o 10, ficou faltando o 9, e você sabe o porquê? Resumidamente, é que um problema similar ao bug do milênio poderia ocorrer com uma possível versão 9 do SO, já que a máquina seria buscada apenas de Windows9 dentro do sistema, podendo retornar Windows 95 ou 98, ocorrendo problemas. Para entender melhor, clique ao lado e entenda essa história.
Mas e quais serão as principais novidades desse sistema? Para começar, talvez a melhor de todas para alguns: O menu iniciar vai voltar o/ Mas se você gosta do menu do Windows 8, não se preocupe, ele estará presente também. O Windows 10 irá mesclar esses 2 modelos, confira abaixo um preview?
Você precisa ver: O que é Microsoft HoloLens?
Além dessa boa nova, o sistema ainda oferecerá funcionalidades interessantes, como um recurso há muito disponível para os usuários de Linux: Múltiplas áreas de trabalho. Os aplicativos agora trabalharão em janelas, assim como qualquer programa e pastas do SO, etc.
Para conferir quais as novidades que já foram anunciadas, clique no link ao lado direito e leia nossa matéria especial sobre o assunto.
Update:
Você precisa ver: Microsoft faz 40 anos e Bill Gates surpreende
Recentemente a MS completou 40 anos e Bill Gates enviou um e-mail a cada um dos funcionáros. Veja o aqui embaixo:
Amanhã é um dia especial: Aniversário de 40 anos da Microsoft.
Logo no início da companhia, Paul Allen e eu definimos a meta de ter um computador instalado em cada mesa e em cada casa. Era uma ideia ousada e muita gente achou que estávamos loucos ao pensar que isso seria possível. É maravilhoso pensar o quanto a computação avançou desde aquela época e nós podemos ficar orgulhosos do papel que a Microsoft teve nessa revolução.
Hoje, no entanto, estou pensando mais no futuro da Microsoft do que no seu passado. Eu acredito que a computação vai evoluir muito mais rápido nos próximos 10 anos do em qualquer outra data. Já vivemos num mundo multiplataforma e a computação vai se tornar cada vez mais entranhada na nossa vida. Estamos chegando perto do ponto em que computadores e robôs serão capazes de enxergar, mover-se e interagir naturalmente, abrindo muitas novas aplicações e emponderando as pessoas cada vez mais.
Sob o comando de Satya, a Microsoft está na melhor posição possível para liderar esses avanços. Temos os recursos e temos a vontade para solucionar os problemas difíceis. Estamos engajados em cada faceta da computação moderna e temos o profundo compromisso de manter a pesquisa nessa indústria. No meu papel de conselheiro tecnológico de Satya, eu tenho visto reviews de produtos e fico impressionado com a visão e o talento que vejo. O resultado é evidente em produtos como Cortana, Skype Translator e HoloLens, e esses são apenas algumas das muitas inovações que estão a caminho.
Nos próximos anos, a Microsoft tem a oportunidade de alcançar ainda mais pessoas e empresas ao redor do mundo. A tecnologia ainda está fora do alcance de muitas pessoas porque é complexa, cara ou porque simplesmente eles não têm acesso a ela. Portanto eu espero que vocês pensem sobre o que podem fazer para tornar o poder da tecnologia acessível a todos, como conectar pessoas umas às outras e como fazer a computação pessoal disponível em todos os lugares e todos os dispositivos que possam conter uma noção do que é um computador pessoal.
Juntos, conseguimos realizar muito nos nossos 40 primeiros anos e demos a um número incontável de pessoas e empresas poder para atingir seu potencial pleno. Mas o que importa realmente é o que vem em seguida. Obrigado por ajudar a fazer da Microsoft uma empresa fantástica agora e pelas décadas que virão.
Bom, por aqui terminanos o especial sobre a maior empresa de tecnologia do mundo. Podemos ver que o futuro é ambicioso e mal podemos esperar por ele, o que você acha? Bota fé na MS? Conte pra gente.