Como a Xeróx perdeu o bonde da história e o surgimento da Apple

O estudo de gestão de Projetos de Pesquisa & Desenvolvimento tem despertado cada vez mais o interesse de empresas que buscam no desenvolvimento de novos processos, novos mercados e também novos produtos se manter competitivas em mercado cada vez mais agressivo. Aquelas empresas que não se dedicam a desenvolver Projetos de Pesquisa & Desenvolvimento estão suscetíveis a desaparecer em pouco tempo. Mesmo grandes corporações com a Xerox desenvolveram computadores pessoais e o primeiro mouse mas não lançaram e fizeram um acordo com a Apple de Steve Jobs que então multiplicou o valor da Apple em milhares de vezes.

Um Super  Escritório de Pesquisa da Xeróx, criado em 1969 e chamado de  “ Xerox Parc”  foi considerado pela InfoWorld como um dos 12 lugares sagrados para a tecnologia. Seu primeiro diretor foi nada menos que Robert Taylor, ex-vice direto da Agência de Projetos de Pesquisa Avançada dos EUA (ARPA – o órgão respons

Durante seus primeiros anos o Xerox Parc contratou os maiores nomes da engenharia possíveis, formando a equipe dos sonhos para qualquer empresa de desenvolvimento, sendo que nos anos 70, ninguém tinha melhores programadores do que a Xerox. Seriam eles que nos próximos anos mudariam o mundo; ou, pelo menos, criariam as ferramentas que iriam permitir que alguém com mais visão de negócios mudasse o mundo.

Steve Jobs, então na desconhecida Apple, teve a capacidade de enxergar o potencial que a Xeróx não estava aproveitando e fez um acordo com a Xeróx: ele permitiria que a Xerox comprasse 100 mil ações da Apple por um milhão de dólares através da I.P.O. que aconteceria no ano seguinte se eles deixassem o pessoal da Apple entrar e ver o que estava rolando lá dentro.

A partir da proposta de Jobs, muitas discussões e negociações vieram. Ele era a raposa e a Xerox era o galinheiro. Se ele entrasse, o que ele poderia ver? O que ele não poderia ver? Jobs sabia que alguma coisa de valor estava lá dentro, o problema – para a Xerox – é que eles próprios não sabiam o valor do que tinham. Claro que alguns do Parc achavam a ideia uma loucura, mas mesmo assim a Xerox mirou nas ações e cedeu às condições de Jobs.

Steve Jobs e os engenheiros da Apple tiveram acesso ao laboratório da Xerox com direito a testes, demonstrações e perguntas ilimitadas. Foi assim que os engenheiros da Apple conheceram um computador pessoal premiado da Xerox chamado de Alto, que era simplesmente revolucionário. No momento do tour pela Xerox o computador Alto se encontrava apenas para consumo interno dos funcionários.

Outro equipamento que a Xeróx desenvolveu e não comercializou e mostrou para Jobs e sua equipe foi o mouse. Até então os computadores eram totalmente controlados pelo teclado, linha por linha; comando por comando. Uma forma rápida e sem limites de navegar pela tela era algo inimaginável. Mas não foi “só” isso que o Alto tinha. Mas o Alto além de ter um jeito fácil de controlar o computador, também tinha um jeito fácil de ver o computador: não eram apenas linhas e comandos, agora tinha ícones e janelas. Era a primeira vez que alguém de fora do parque tecnológico da Xerox via um computador com interface gráfica. Usando o mouse, Larry Tesler levou o ponteiro até um ícone e clicou. De repente uma tela se abriu; era um novo conceito que eles chamavam de “janelas” (Windows no original, não por coincidência).

Para finalizar, a Xeróx escreveu algo em um moderno programa de processamento de texto (igualmente em janelas, com ícones, representações gráficas, etc.) e depois trocou mensagens com outras pessoas de dentro do Parc na primeira rede Ethernet do mundo.

Assim a Aplle lançou o Macintosh, que  foi o primeiro computador de massa já criado e levou a Apple a um  sucesso inamaginável vendendo, apenas no primeiro ano, o triplo de PCs vendidos pela IBM, até então a maior vendedora de computadores do mundo. A Apple e Jobs não apenas copiaram o que a Xerox tinha inventado, mas também aperfeiçoaram. Coisas como lixeira na área de trabalho, barra de menus e menu suspenso, por exemplo, foram criações da empresa de Cupertino.

Muitos historiadores digitais consideram o Macintosch como o produto mais bem-sucedido da história do Vale do Silício.

Teria Steve Jobs roubado a Xerox?.

Ninguém discorda que a Xerox tinha a chance de ouro nas mãos, pois como disse o próprio Steve Jobs, alguns anos depois: “Se a Xerox soubesse o que tinha em mãos poderia ter sido tão grande quanto a IBM e Microsoft juntas, a maior empresa de tecnologia do mundo.” A Xerox tinha a tecnologia, mas era a Apple que sabia como fazer aquilo ser comercializável e barato o suficiente para mudar o mundo.

Mesmo grandes corporações que se dedicavam a desenvolvimento de novos produtos mas não o lançam. E isso pode levar a empresa a falência. Por isso é tão importante ter na sua empresa um processo de inovação bem definido que vai desde a identificação das oportunidades do mercado (às vezes nem os próprios clientes sabem o que querem), saber desenvolver para se diferenciar dos concorrentes e em um tempo adequado para não permitir o desenvolvimento de produtos que venha a concorrer com o seu desenvolvimento e saber lançar esses novos produtos no mercado.

Essa é uma história clássica de como uma empresa pode desenvolver tecnologia dentro de seu ambiente de pesquisa e não transformar em um produto. A empresa está simplesmente fazendo pesquisa e não inovação. E como dissemos isso pode matar uma empresa.

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